Elias José de Almeida, 50 anos, teria asfixiado a ex-companheira, Maria da Conceição Cardoso, 52 anos, e tentou fazer parecer que ela morrera de causas naturais.
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Fotos/Reprodução |
Dia 22 de janeiro deste ano, Maria da Conceição Cardoso, 52 anos, não foi mais vista na rua onde morava, no bairro de Ponta Negra. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado. Parentes e vizinhos pensaram que sua morte ocorrera por alguma causa natural, como infarto. No dia, ninguém desconfiou de nada. Tanto que o caso foi atendido por agentes da Delegacia de Plantão da Zona Sul de Natal, por acharem que realmente havia sido uma morte natural.
Nesta quinta-feira (7), 14 dias depois, o caso de Maria da Conceição Cardoso voltou a levar a polícia a Ponta Negra. Mas dessa vez quem estava à frente do caso eram os agentes da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A mulher, de acordo com a investigação, teria sido mais uma vítima de feminicídio no Rio Grande do Norte.
Os policiais foram ao bairro cumprir mandado de prisão contra Elias José de Almeida, 50 anos, ex-marido da vítima. A polícia descobriu inicialmente que no dia 22, o casal teve uma briga. E que, após isso, Elias deixou a residência de Conceição sem dizer nada. Após o corpo dela ter sido encontrado, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep-RN) fez exames para confirmar a causa da morte.
Os peritos descobriram que ao invés de infarto ou qualquer outra causa do tipo, a mulher foi asfixiada e teve o osso do pescoço quebrado. Uma das filhas da vítima, sem se identificar, contou que após a discussão com a mãe dela, o suspeito fechou a casa como se nada tivesse acontecido. E teria comentado, inclusive, que a vítima cometera suicídio. Ele foi enquadrado pelo crime de feminicídio.
Até esta quinta-feira (7), no Rio Grande do Norte, seis assassinatos do tipo foram registrados oficialmente. Isso representa 100% de crescimento com relação a 2018, quando até o dia 7 de fevereiro o RN registrava três feminicídios. Em 2018, no total, 35 mulheres foram vítimas desse “crime de ódio baseado no gênero”. Ao todo, de 2011 a 2018, 185 mulheres foram vítimas de feminicídio.
OP9