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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Natal é ponto de embarque de rota marítima do tráfico internacional de cocaína,diz PF


Após duas operações que apreenderam, nesta semana, 3,3 toneladas de cocaína no Porto de Natal, a Polícia Federal informou que a capital potiguar é ponto de partida de uma rota do tráfico internacional de drogas. Já era do conhecimento da PF a existência de transporte pelo ar – caso em que o entorpecente é levado na bagagem ou preso ao corpo de passageiros de aviões. O trajeto marítimo é novidade, de acordo com Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Norte.
As duas apreensões feitas pela PF com a ajuda da Receita Federal foram as primeiras da história do terminal aberto em 1932. Nunca uma operação policial havia descoberto drogas no Porto de Natal. Os tabletes – 9.98 na terça-feira(12). e outros 1.832 no dia seguinte – totalizaram 2.830 pacotes de cocaína. Estava tudo escondido em meio a mangas e melões encaixotados em contêineres. O destino era o mesmo: o porto de Roterdã, na Holanda."A cocaína que sai de Natal segue principalmente para a Holanda, nos Países Baixos, e também vai muito para o porto de Antuérpia, na Bélgica", afirmou ao G1 o delegado Agostinho Cascardo.
"Destes dois portos, os navios também fazem paradas em outros portos da Europa. Basicamente, são Holanda e Bélgica as portas de entrada, podemos dizer." O delegado revelou a origem da cocaína que passa por Natal antes de deixar o Brasil. "Pelo 'DNA' da coca, sabemos que a droga vem da Colômbia, Bolívia ou Peru. E também sabemos que os traficantes usam Natal por dois motivos: pela posição geográfica, já que é a capital brasileira mais próxima da Europa, e porque o Porto de Natal não possui um escâner de contêineres, o que dificulta a fiscalização.
"De acordo com o gerente de Infraestrutura e Suporte Operacional do Porto de Natal, Emerson Fernandes, a Cia Docas do Rio Grande do Norte tenta adquirir o equipamento desde 2007, quando foi criada a Secretaria dos Portos. Mas nunca houve orçamento suficiente para a compra.Fernandes diz que escâner custa cerca de R$ 11 milhões. "Agora, a partir dessa apreensão de cocaína, e com o empenho conjunto da Receita Federal, Polícia Federal, Marinha e Governo Federal, acredito que vamos conseguir viabilizar o escâner para aumentar a fiscalização no Porto de Natal", declarou.
O delegado preferiu não traçar um percurso específico percorrido pela droga antes de chegar a Natal.Nos últimos oito meses, a PF apreendeu mais de 5 toneladas de cocaína no Rio Grande do Norte. A maior parte (3,3 toneladas) foi encontrada no Porto de Natal.E não é apenas o Porto de Natal que está na mira da PF. O Porto-Ilha de Areia Branca, o único terminal salineiro do mundo no meio do mar, também deve passar por fiscalizações. A plataforma fica a 14 quilômetros da costa potiguar.
Recentemente, Cascardo também foi nomeado coordenador da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos). Segundo ele, reuniões serão realizadas para que a PF também faça operações na plataforma.Houve ainda a descoberta, em novembro de 2018, de 1,3 toneladas da droga dentro de um galpão na cidade de Parnamirim, na região metropolitana da capital. Já no aeroporto de Natal, a última apreensão de cocaína aconteceu  em 16 de março de 2017, com a descoberta de pouco mais de 3 quilos.
G1

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