O tenente-coronel da Polícia Militar potiguar, André Luis Fernandes da Fonseca, mais conhecido como coronel Fernandes – apontado pela Justiça Federal como chefe de uma organização criminosa especializada em contrabando de cigarros – foi transferido para o Presídio Federal de Mossoró, na região Oeste potiguar.
A informação foi confirmada pela Justiça Federal no Rio Grande do Norte. No entanto, o motivo da transferência, que foi determinada pelo juiz federal Orlan Donato, corregedor substituto do Presídio Federal, não foi revelado.
O oficial e outros três policiais militares do estado foram presos na manhã da terça-feira, 14, no âmbito da operação Níquel, deflagrada pela Polícia Federal.
Operação Níquel
De acordo com o juiz Walter Nunes da Silva Júnior, titular da 2ª Vara Federal, que determinou a prisão dos envolvidos na operação, o coronel Fernandes “exercia função de liderança na organização e desempenhava comandos sobre os demais integrantes do grupo”. Ainda segundo o magistrado, há suspeitas de que o oficial contaria com ajuda da Polícia Rodoviária Federal.
“O tenente-coronel da Polícia Militar, André Luis Fernando da Fonseca, exerce função de liderança na organização investigada, possuindo domínio sobre as atividades operacionais e financeiras, bem como desempenha comando sobre os demais integrantes do grupo”, escreveu o juiz federal.
“Ademais, foram trazidos à investigação dados de que André Luis Fernandes comanda ações para a garantia da continuidade das operações do grupo, como blindagem de eventuais intervenções policiais, havendo suspeitas, inclusive, de que ele conta com a ajuda de integrante da Polícia Rodoviária Federal lotado neste Estado para viabilizar o escoamento do produto, tamanha a facilidade no transporte das mercadorias”, acrescentou.
Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar informou que “diante das prisões efetuadas pela Polícia Federal, o Comando Geral da PM determinou a instauração imediata de processo administrativo para apuração dos fatos” e que é “comprometida com a legalidade e dignidade da pessoa humana”.
Polícia Rodoviária Federal
A Superintendência da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Norte também se manifestou por meio de uma nota, informando que tomou ciência, pela imprensa, de possível envolvimento de policial com a quadrilha presa pela Polícia Federal na “Operação Níquel”.
“Informamos, ainda, que as providências disciplinares cabíveis já estão sendo adotadas pela Corregedoria Regional e que a PRF estará à disposição do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para prestar informações e apoio necessários. Mais uma vez, há de se ressaltar o empenho das Corregedorias Regionais na investigação e acompanhamento de todas as denúncias de irregularidades comunicadas diretamente ou através de qualquer meio de comunicação com a Instituição. Tais condutas nunca serão aceitas e sempre serão combatidas por todos os servidores que engrandecem a PRF com suas ações e comportamentos honestos e comprometidos com a missão institucional“.
Entenda o caso
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 14, a operação “Níquel”, com objetivo de desarticular uma organização criminosa armada, que se vale da participação de policiais militares para a prática de contrabando de cigarros e outras mercadorias estrangeiras.
O grupo agia no Rio Grande do Norte, estados vizinhos e no exterior, desde o ano de 2001.
A operação contou com a participação de 130 policiais federais, para fins de cumprimento de 7 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal (RN), São Paulo (SP) e Abaetetuba (PA).
Do Agora RN
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